A exposição “Amazônia Imersiva: narrativas indígens”, aberta nessa segunda-feira (27) no Centro de Realidade Estendida da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), mostra a história e vivências do povo indígena Mura, originário da Amazônia. O projeto é gratuito e foi idealizado por Humberto Salgueiro, ex-aluno da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), com criação dos alumnis da instituição de ensino, os músicos e irmãos Darlison e Lucas Meireles, descendentes do povo Mura que vivem no norte do Paraná.
A exposição poderá ser visitada até o dia 11 de novembro.
“A gente uniu esse intercâmbio cultural de trazer lá do norte do estado a história do povo Mura, aqui para Curitiba”, disse Salgueiro à Agência Brasil. “A gente tem sessões o dia inteiro, das 9h às 21h”.
Quem quiser participar dessa experiência deve acessar o site oficial do evento e agendar a data e o horário da sessão. A classificação etária é livre.
A realização é da produtora Click Arte Cultura e Educativos e do coletivo Puxirum, que significa trabalho coletivo, na língua Mura.
“O nome Puxirum que a gente traz no projeto é sobre um mutirão, um coletivo. A gente traz essa história, passada de gerações a gerações, porque é uma herança do povo Mura”. O projeto foi viabilizado por meio da Lei Aldir Blanc de Incentivo à Cultura. ‘É um projeto financiado pelo estado do Paraná”.
Tecnologia imersiva
A exposição reúne a tecnologia imersiva junto com os conhecimentos dos irmãos Meireles, projeção 360º, cenografia e iluminação especiais “e também cheiros da floresta”, destacou Humberto Salgueiro.
“Então, a gente trouxe essa experiência sensorial de várias formas”. A iluminação interage com o som. “A gente monta a floresta, tem a cenografia das plantas. A iluminação começa diurna”.
Com isso, os sons vêm do teto, das paredes; ouvem-se cantos de pássaros e sons de animais diurnos. De repente, com o entardecer e a noite, os sons mudam. Aparecem grilos, animais noturnos.
“A gente trouxe essa experiência para as pessoas verem e sentirem um ambiente bem diferente do que estão acostumadas”. A mostra aborda também a chegada dos europeus à Amazônia, o que ocorre com os Mura, e a dispersão desse povo.
Os idealizadores pretendem levar a exposição sobre o povo Mura para outras regiões do Paraná, em primeiro lugar, e também para outros locais do Brasil. “Acho que esse projeto pode expandir e trazer mais culturas para dentro dele”. Salgueiro acredita que a ajuda da tecnologia pode facilitar muito o conhecimento sobre os povos originários da Amazônia. “Às vezes, fica muito mais atrativo as pessoas quererem participar de uma atração imersiva e conhecer esses povos originários, ribeirinhos, essa cultura que o nosso Brasil tem. É importante valorizar a cultura brasileira”.
O povo Mura ainda vive na Amazônia, em especial na localidade de Autazes, no estado do Amazonas, próximo ao Rio Madeira. A exposição tem o objetivo ainda de ser um instrumento de educação ambiental e valorização da cultura indígena. Na abertura da exposição, estudantes de escolas públicas ficaram entusiasmados com o cheiro dos ambientes, das plantas, e puderam conhecer ao vivo alguns elementos da natureza, como a árvore Pau-brasil, símbolo do país.
Fonte: Agência Brasil


